domingo, 28 de fevereiro de 2010
.......
nas migalhas desatentas
encontrei-me.
eram tantas, que me perdi.
não contente fiquei.
pois as respostas vieram ter comigo.
perdi assim, todos os meus esconderijos.
Aline
http://blogdesete.blogspot.com/
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Magia dos versos
"Nossos versos não nos deixam"
que magia será essa?
uma atração feito imã
ação e reação
não tenho explicação...
diante da visão
palavras repletas de emoção...
alimentam o coração
O dia não começa e não termina
se não leio suas rimas
um pedaço de mim
que parece não ter fim!
Meire Jorge
Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.”
Clarisse Lispector
Alma e coração
Suportaria o peso
De um coração repleto de amor
Não fosse meu coração
Amarrado a sombras
Que causam tanta dor
Preso num relicário
Envolto em armaduras
Duras cascas
Amolecidas apenas
Com promessas sonhos
Poemas, canções
Segredos, silêncios
Flores, Declarações
Carinhos...ninhos
Desejos finitos de sonhos
Infinitos
Meire Jorge
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Gostava Tanto de Você
Não sei porque você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...
Você marcou na minha vida
Viveu, morreu
Na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...
E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...
Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato
Não quero ver prá não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você...
E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...
Não sei porque você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...
Você marcou em minha vida
Viveu, morreu
Na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...
E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...
Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato
Não quero ver prá não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você...
E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...
Eu gostava tanto de você!
Eu gostava tanto de você!
Eu gostava tanto de você!
Eu gostava tanto de você!
Tim Maia
Composição: Édson Trindade
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Conheço a residência da dor...
Conheço a residência da dor.
É um lugar afastado,
Sem vizinhos, sem conversa, quase sem lágrimas,
Com umas imensas vigílias diante do céu.
A dor não tem nome,
Não se chama, não atende.
Ela mesma é solidão:
Nada mostra, nada pede, não precisa.
Vem quando quer.
O rosto da dor está voltado sobre um espelho,
Mas não é rosto de corpo,
Nem o seu espelho é do mundo.
Conheço pessoalmente a dor.
A sua residência, longe,
Em caminhos inesperados.
Às vezes sento-me à sua porta, na sombra das suas árvores.
E ouço dizer:
“Quem visse, como vês, a dor, já não sofria”.
E olho para ela, imensamente.
Conheço há muito tempo a dor.
Conheço-a de perto.
Pessoalmente.
Cecília Meireles
Nosso amor é assim
Então, ficamos assim,
Você não me diz que não, eu não te digo que sim
Ficamos assim, então
Amamos entre o não e o sim
Nos amamos assim,
Você não afirma e eu não desminto
Nosso amor sem fim
Nos amamos assim, rumo ao infinito!
Andrea G. Neto
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Quer dançar comigo?
Em passos largos, me conduza para onde quiseres
Com braços fortes, me eleve e me endeuse
E, com os mesmos braços, me desça e me sinta em você
Me gire, me entorpeça
Confunda meu ponto de equilíbrio
Tire os meus pés do chão
Saiba que estou em suas mãos
Me abandone, me atraia
Me torture, me agrade
Me puxa, me olha
Me beija! Me invade!
Só não seja comportado ou linear
Gosto do intenso, quase vulgar
E de tudo aquilo que servir pra desmascarar
As tuas verdadeira intenções de me amar
Nathalya Calina
Alma perdida...
habilita-se a tristezas e angústias
Minh'alma anêmica
sem forças para fluir
perdida, vagueia sem sorrir
Minh'alma desidratada
espera um banho de poemas
tal chuva prateada
num final de tarde de verão...
O sol se põe
nem uma gota se quer
chega ao chão
A escuridão atormenta...
Os versos não vem
Percorro o infinito horizonte
esperando vislumbrar
uma única frase...
Nesse pântano
de sentimentos
não há mais alimento
não há mais o brilho das estrelas
nem a magia no olhar...
Rendo-me!!!
Meire Jorge
Meire Jorge
Avesso
Sol ardendo lá fora,
o que era sólido se desmanchou no ar...
joelhos outrora machucados, cicatrizados estão
coração quebrado, colado em vão,
redemoinho de contradições
ambiguidade e angustia
transitoriedade, insegurança
realidade, ilusões...
Forças nascerão ao luar
é hora de reinventar e acreditar...
Ah!!! não fossem os desafios...
como poderia enfrentar esse avesso
de fio a pavio?
Resistirei, mesmo de pernas para o ar
esse mundo há voltar no lugar.
Abrirei minhas asas e ao voar
cada pedaço desse vazio
completar-se-á, preenchendo devagarinho
completar-se-á, preenchendo devagarinho
qual um pássaro faz seu ninho...
Meire Jorge
sábado, 20 de fevereiro de 2010
............
De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.
Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos,
vagas felicidades,
inatuais esperanças.
De loucuras,de crimes,
de pecados, de glórias,
- Do mundo que encadeia
todas essas mudanças.
Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
- Em duros desenlaces
e em sinistras alianças.
Cecília Meireles
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Debaixo da cama
Lembro-me
Fio por fio
Fio por fio
o tecer da teia
Teia feita
Teia feita
perfeita
do tecido
ao destino
brilhante
reluzente
amarras
sustentação
equilíbrio
emoção
mundo escuro,
imenso
Segredos outrora
guardados
a sete chaves,
a sete chaves,
refúgio seguro
Sem céu,
sem estrelas
sem sol
sem mar
somente teias
a brilhar!
Hoje apenas
as teias
de imenso
à estreito
joelhos no peito
estranho
sombrio
vazio...
cresci!
cresci!
Meire Jorge
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Saudades
Saudades! Sim... talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!
Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!
Florbela Espanca
Confissão
“Quando do cansaço
É a hora
E ganha voz o grito
Amordaçado
Quando na mesmidade
Se esgotam os dias
E o coração
Pede que o solte
Quando o que em mim
Não tem tamanho
Busca asas e o tempo
Onde vive permanente
Eu procuro
A tua voz
As tuas mãos
A tua boca
O teu abraço
A tua presença
Em mim…
Mas nada,
Nada acalma já
Este meu ser pela metade
A vida à margem da vida
A vida à míngua
De ti.”
Angela Santos
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Metade dor, metade amor!
nem eu mesma sei de mim
te quero, te afasto,
te ignoro assim...
És um sonho acordado...
pura lembrança!
Não mais te encanto
com meu canto de sereia
mesmo assim tu és
minha inspiração...
Me dei três dias
e uma carta de alforria
e aqui novamente me encontro
Me dei três dias
e uma carta de alforria
e aqui novamente me encontro
Esperando o eterno momento
de renascer...
tentando destruir toda ilusão
tentando destruir toda ilusão
princípe encantado
cabelos grisalhos
não desejo mais alguém que me faça sonhar,
e sim que sonhe comigo...
depois dos blocos na rua
vou botar os pés no chão
se preciso for....
fugirei.....fugirei de ti
água e vinho
diferença e dor
que a metade amor
não consegue apagar...
Meire Jorge
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Epigrama nº 2
És precária e veloz,
Felicidade.
Custas a vir e, quando vens,
não te demoras.
Foste tu que ensinaste aos homens
que havia tempo,e, para te medir,
se inventaram as horas.
Felicidade,
és coisa estranha e dolorosa:
Fizeste para sempre a vida ficar triste:
Porque um dia se vê que as horas todas passam,
e um tempo despovoado e profundo, persiste
Cecília Meireles
Tristonho Pierrot
Ai de mim
me encantei por Arlequim...
Não tens a cara pintada?
o branco da farinha
contorna os traços teus!
és obediente ao extremo
tens um beijo doce e sereno
Mas ai de mim...
me encantei por Arlequim!
olhos espertos e faceiro
me entreguei por inteiro
mal sabia que escondia
traição e rebeldia
Quisera que me coração
se encantasse então
por teu carinho manso, tristonho,
meu doce Pierrot!!
Mas ai de mim...
me encantei por Arlequim
de prazeres vou vivendo
os sonhos me esquecendo
Ai, ai, ai de mim
me encantei
por Arlequim
Meire Jorge
Me perdi...
aqui e ali
onde foi que me perdi...
Me perdi ...
na imensidão do teu olhar?
Me perdi
na delicada brisa do mar?
Me perdi
nos beijos de estrelas
que trocamos ao luar?
Me perdi
no uivar do vento
que te levou de mim?
Me perdi
no perfume de jasmim
que vinha do teu jardim?
Me perdi sim...
nos meus pensamentos.
Me perdi
nos teus versos de amor
Me perdi
nos teus versos de amor
Me perdi
nos caminhos do meu coração
Me perdi
olhando o horizonte
esperando te encontrar.
Me perdi
nos sonhos
de amor que busquei
realizar!
Meire Jorge
Canção de ser sozinho
Somos assim como as folhas
que se desprendem das árvores.
O vento escolhe o caminho.
Batemos aqui e ali,
escorregando em calçadas,
tocando em vidraças,
janelas que nunca entramos.
Não pensar
ou pensar pouco,
sem surpresa ou espanto.
Transpor o tédio das horas
sem esforço,
como uma margem sem rio.
Atravessar as tardes
sem esperar milagres.
É tudo.
Jacque - http://jacrizzo.blogspot.com/
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
zummm zummm zummm
eu aqui no meu cantinho
quietinha ...paradinha
e você me atazanando
zummm zummm zummmm
o meu ouvido incomodando!!
te falei mais de mil vezes
chega devagarinho
sei que dói mas, de mansinho
até te dou um bocadinho....
tenho sangue quente
e docinho....mas,
parece que és surdo!!
fica a zuretar...e minhas pernas
a picar...sem dó nem piedade
ahh quanta maldade
seu pernilongo...farei greve então
põe te daqui pra fora
em mim não encostas
mais não!!!!
Meire Jorge
Máscara da Ilusão
Na alma, a satisfação ilusória
Sou palhaça da vida fingida
Maquiagem pelo choro escorrida...
Palhaça a sorrir... a gargalhar
Quando a vontade é sumir... gritar
Palhaça que brinca com o mundo
Mas com um coração vagabundo.
Palhaça na hora em que a dor aperta
Fingindo aquele sofrimento não sentir
Palhaça na solidão da pena de poeta
Em que é mais fácil a fantasia vestir...
Até quando vou me valer dessa condição
De misturar realidade e ilusão?
Até quando vou entrar no palco, assim
E voltar a ser eu mesma no camarim?
Marise Ribeiro
Escritos.. apagados?
Chegastes de repente
se instalando, lentamente
te dei meu sorriso...
um pedaço do meu coração...
fiz da minha vida uma canção
o brilho do sol se tornou forte...
dia após dia ocupastes meus pensamentos
noite após noite pairastes em meus sonhos
e de repente numa tempestade
a noite chegou, cegou os olhos teus
e meu coração não mais enxergastes
não vistes que estavas dentro dele?
e como chuva de verão
trasbordates rio, ribeirão
arrastastes tudo que havia no caminho
e o silêncio ficou no lugar...a espetar
meu corpo imóvel.. ainda dói....
o que foi escrito
apagado jamais será!
Meire Jorge
Amor é fogo que arde...
Ah! esse tal de amor....
assalta a alma
rouba o coração...
parece estranho
mas acontece de repente.
leva a gente ao infinito...
e quem diria que com ilusão
poderia ser confundido então?
Amamos uma ilusão?
ou não?
Máscaras ao chão
instala-se a desilusão!!!
Desiste-se dele então?
Terá outro beijo o seu sabor?
Quão frágil é esse amor!!!
mal adormece...extingui-se!
Talvez não era amor...
Talvez ele ainda exista...
Afinal...
Amor é fogo que
que não se apaga
assim!
Meire Jorge
Meire Jorge
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Ecos da própria voz
Sonhar, dormir...
voar, subir, ir além da imaginação
desfrutar do silêncio!
Ecos da própria voz
sempre soam melhor
que gritos.....
sussurros nos ouvidos
abafam os gemidos, destemidos
um sorriso, uma lágrima, um beijo
e docemente o despertar... numa
nova manhã ensolarada!
Meire Jorge
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Equilíbrio
Sou o nectar das flores,
a espuma do mar
fogo selvagem perdido
buscando me encontrar!
Sou presente do Universo
por aqui vou passando
buscando equilíbrio
deixando um pouco de mim
em cada caminho escolhido
Sou luz no mundo,
eterna aprendiz de sorrisos
Amo o perfume das rosas,
o barulho do mar
Sou alegrias e tristezas,
acalanto de paixões
perdida no labirinto do amor
ei de me encontrar
É nesse movimento contínuo
corpo e alma
ousam te procurar
Meire Jorge
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Se você não se distrai...
Se você não se distrai
O amor não chega
A sua música não toca
O acaso vira espera e sufoca
A alegria vira ansiedade
E quebra o encanto doce
De te surpreender de verdade
Se você não se distrai
A estrela não cai
O elevador não chega
E as horas não passam
O dia não nasce
A lua não cresce
A paixão vira peste
O abraço armadilha
Se você não se distrai
Não descobre uma nova trilha
Não dá um passeio
Não ri de você mesmo
A vida fica mais dura
O tempo passa doendo
E qualquer trovão mete medo
Se você está sempre temendo
a fúria da tempestade
Hoje eu vou brincar
De ser criança
E nessa dança quero encontrar você
Distraído, querido
Perdido em muitos sorrisos
Sem nenhuma razão de ser
Olhando o céu
Chutando lata
E assoviando Beatles na praça
Olhando o céu
Chutando lata
Hoje eu quero encontrar você distraido...
Zélia Duncan e Christiaan Oyens
Minhas cinzas
vento sopra suave
final de tarde
final de tarde
espalha minhas cinzas
entre os sais da areia
permeio pelo vazio
entre grãos imensos e pequeninos
pelo azul infinito
estou à margem de mim
espalhada, dividida
um pouco mais que nada!
Meire Jorge
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Ousadia
Tua pele quente
envolvente, colada
na minha....
sem explicação
amores vem,
amores vão
e nenhum deles tem
o manual de instrução?
...basta apenas observação
um carinho num botão...
Encaixe perfeito
chave e fechadura,
assim é ...minha mão na tua
me pergunto até quando?
busca incessante....exigente
impaciente...não aprendi amar
teu jeito...teus defeitos
teus dengos excessivos
de menino crescido!
amo então teus versos...
mergulho num mar de sonhos
desilusões....esperanças
ousadia!
Quem sabe um dia...
Quem sabe um dia...
Meire Jorge
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Lençois de cetim
teu beijo invade
o céu da minha boca
percorrendo o infinito
ouço teu gemido
estampido...zunindo
trepidando, estremecendo paredes!
Sinto o calor do teu corpo
suado, molhado, cansado
jogado pro lado...
pro lado?
Mãos percorrem lençois de cetim
e um vazio interminável
força meus olhos
a te procurar
um lado....
outro lado.....
só encontro a mim
no imenso vazio
dos lençois de cetim!
Meire Jorge
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Eternos versos...
que alimentam minh'alma
nascem com os raios do sol
brilham no clarão da lua
não me deixam esquecer
que serei sempre tua!
Encantam minha vida
e meu coração
Amo-te assim...
assim, estás em mim!
Ao espelhar, refletida em ti estou,
invadistes meu ser...
tua morada eu sou!
Meire Jorge
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