terça-feira, 3 de novembro de 2009
Alma
Alma estranha esta que abrigo,
Esta que o Acaso me deu,
Tem tantas almas consigo,
Que eu nem sei bem quem sou eu.
Jamais na Vida consigo
Ter de mim o que é só meu;
Para supremo castigo,
Eu sou meu próprio Proteu.
De instante a instante, a me olhar,
Sinto, n’um pesar profundo,
A alma a mudar... a mudar...
Parece que estão, assim,
Todas as almas do Mundo,
Lutando dentro de mim...
Raul de Leoni
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