terça-feira, 18 de maio de 2010

Poema liquidificador


Desculpe
minha discrepância,
minha intolerância,
minha ignorância;
inconstância, ânsia,
insegurança "inbonança"
esperança de uma pança que só cansa
quando a anta que sou eu,
num espírito de louva-a-deus,
que deu, que não deu,
que feliz porque comeu,
que correu,
que ensinou e aprendeu,
que esperou e aconteceu
e num inverso de um breu
esqueceu-se
de pensar no seu
ipsis litteris eu,
tu,
você,
tatu,
numa tarde corpo nu,
haste de corpo vestido,
ido-voltado,ido-voltado,ido-voltado
cansado, copulado, arrepiado,
saciado por ter gozado,
não ter compartilhado
do tremor dos ossos,
do terremoto,
do "corpomoto",
do "camamoto",
do ajinomoto
do remorso,
do ócio que "arreta",
da tarefa que não cessa,
da escrita rápida e com pressa,
do suor à beça,
dos beijos que estressa,
da festa que bem me quer ou mal me queira,
da frenética noite antes de Feira,
da preocupação em casa sem eira nem beira,
da almejada saída da Ribeira,
do vai-e-vem inesquecível da sua cadeira,
da total perda de estribeira da minha parte,
da minha falta de arte,
Vênus em conflito com Marte pela falta de Plutão
Antes Vygots...ky Descarte,
o artefato estandarte pela falta de programação,
as características únicas da abstração,
a capacidade "large" de imaginar a ação,
reação e reflexão que ainda não aconteceram nem acontecerão
se não houver mediação entre a razão e a emoção.
E se não entendeu, eis um convite para a minha correção

Rafael dos Prazeres

sexta-feira, 14 de maio de 2010

um mundo na imensidão...


Sou um mundo
na imensidão
da solidão ....
sou pequena
sou grande
sou seu tudo
sou um sonho
uma ilusão...
sou brisa suave
sou tempestade
sou inverno
sou verão...
Te busco nos sonhos
te  sinto no ar
perdida estou
na imensidão do mar...
Meire Jorge

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Abrigo da chuva...


pelo canto do olho te vi chegar
a chuva trouxe você
pés descalços...
cabelos molhados
silueta de homem
semblante de menino
gotas de chuva confundem-se
com as lágrimas que rolam 
pelo rosto moreno...
venha...
aninhe tua alma em meu coração
sou teu abrigo
sou teu sol...
feche teus olhos
para que nada mais te magoe
esconda-se aqui dentro
nesse  abrigo incerto que sou!!
Meire Jorge

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Aguardo-te


Sempre te escrevo,
sempre te entrego palavras
que adormecem ao vento.
Talvez algumas te beijem
na madrugada dos teus lábios
e outras te abracem
com o orvalhar dos teus olhos.

Não te chego, não te toco,
por vezes não sei se existo em ti.

Sei que hoje encontrei o mar
que ouviu o silêncio de nós dois
e a duna que guarda
um segredo com asas,
num céu aberto e proibido.
Ambos se encontravam lá,
tal como eu, a pensar em ti.

Em breve estarei no teu olhar
e tu de mãos dadas com o meu sorriso.

Não sei se escorregaremos
em lençóis de silêncios
ou se nos tentaremos a mergulhar
neste mar que nos rodeia.

Aguardo-te
com o desejo de te voltar a ter em mim.

(Vanda Paz)
http://versoeprosapoemas.blogspot.com/

terça-feira, 4 de maio de 2010

Gira mundo...


gira, gira,
gira mundo...
tudo volta
ao seu lugar
a química perfeita
dois corpos
uma alma
beijo fugaz
toque excitante
a magia de sentir
tudo girando
gira mundo
volta ao começo
continua do meio
recomeça
o pranto cai
solidão invade coração
de novo ...não!
deixa eu passar
o meu batom!

Meire Jorge





domingo, 2 de maio de 2010

Você dentro de mim


Não entendo mais o som dos ventos...
sequer decifro a brisa suave que me toca...
procurei em vão por ti
me desesperei e,
não te encontrei...
como poderia encontrar-te tão distante?
se estavas aqui...
ao meu lado
embaixo dos meus lençois!
se te queimava com o calor do meu corpo!
silencioso... me esperavas
observando minha tristeza...me olhavas
enrolando em estrelas ...me abraçavas
sussurrando em meus ouvidos
me amava...

Meire Jorge
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