domingo, 30 de agosto de 2009

"BRAVA GENTE BRASILEIRA, LONGE VÁ TEMOR SERVIL!

Em conjunto com o www.omundobythais.blogspot.com convidamos a você leitor,amigo, blogueiro a participar desta campanaha.Vamos erradicar a corrupção do Brasil.

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Moraes

Guarda Embaú - SC


Traduzir-se


Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
por Ferreira Gullar

Palavras

Ai, palavras, ai, palavras,
Que estranha potência a vossa!
Ai, palavras, ai, palavras,
Sois de vento, ides no vento,
No vento que não retorna,
E, em tão rápida existência,
Tudo se forma e transforma!
[Cecília Meireles]

sábado, 29 de agosto de 2009

Tempo


És um senhor tão bonito
És um dos deuses mais lindos
Entro num acordo contigo
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Quando o tempo for propício
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
E eu espalhe benefícios
O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Apenas contigo e comigo
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Não serei nem terás sido

Caetano Veloso

escultura de Heather Jansch

Ando a procurar pela beleza que se esconde dos meus olhos...
Meire Jorge

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Ilusão



Criei minha ilusão para suportar a realidade
Dispensei o verbo tempo para não me importar com a idade
Inventei um universo para encobrir um mundo de calamidade
Descobri novos amores para enfrentar a inimizade
Valorizei as diferenças para superar a desigualdade
Aprendi a abraçar para suportar a animosidade
Dormi um pouco mais para me esquecer da crueldade.

Marco Antonyo

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

"TEMPO MÁGICO"




Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltavam poucas, roia o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos a limpo". Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.
O essencial faz a vida valer a pena !!

Rubens Alves

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

VARGAS: O ESTADISTA SOLAR PUNIDO PELA SOMBRA



Nei Duclós

Escolhi a bela foto acima para ilustrar este texto sobre Getúlio Vargas, que foi forçado a se suicidar em 24 de agosto de 1954, exatamente 55 anos atrás, depois de uma campanha bandida difamatória, que jogou lama na obra de construção nacional do grande presidente. Uma calúnia histórica, até hoje em vigor, a cargo da ultra-direita, dos ladrões e dos imperialistas que não se conformaram com as sucessivas medidas de Getúlio contra a espoliação internacional.

Principalmente, não engoliram a acachapante vitória nas eleições presidenciais de 1950, quando Getúlio Vargas alcançou 48 por cento dos votos, o que deixou seus adversários na rabeira. Venceu sem apoio de ninguém, nem da imprensa, da rádio ou da televisão. Seus comícios era convocados por panfletos jogados nas cidades e atraíam multidões que urravam seu nome. Por que será? Porque era um ditador pai dos pobres enganador? Ou porque o povo sabia que ali estava seu principal aliado, seu líder, que o tirou da brutalidade pré-histórica da República Velha, onde famílias inteiras eram exploradas pelos tubarões de sempre, e o colocou numa vida decente, segura, das leis trabalhistas, dos salários compatíveis?

Vi minha cidade, Uruguaiana, inteira aos prantos no dia do desfecho. Fui acordado com um sussurro sinistro: “Getúlio se matou! Getúlio se matou”. Porto Alegre, como aconteceu em outras cidades, foi depredada pela multidão em fúria. Os jornais de direita do Rio de Janeiro, como O Globo (sempre eles!) foram empastelados. A reação popular adiou o golpe por dez anos. Só em 1964 eles conseguiram reunir forças para derrubar o herdeiro político de Getúlio, João Goulart, que acabou sendo assassinado no exílio.

Lembro quando Samuel Wainer, o fundador da Ultima Hora, o único jornal favorável a Getúlio, criado depois das eleições de 1950, me contou como ele viu o 24 de agosto. Eu era seu editor no tablóide Aqui São Paulo, em 1976. Samuel voltara do exílio acabado, com grossas sobrancelhas brancas e cabelo de algodão. Imaginava que ele tinha uns 80 anos, mas estava mais ou menos na altura da idade que eu tenho agora, 60 anos. O que não esqueço é um detalhe das suas lembranças (mais tarde reunidas no exemplar livro escrito por Augusto Nunes, Minha razão de viver): a população avançou sobre os veículos que traziam os pacotes da UH com a notícia do suicídio, arrancavam os exemplares e...jogavam o dinheiro para dentro das carrocerias! O povo pagava o jornal que ia ler! Esse era o povo brasileiro daquela época, que não se comportava, em massa, como hoje, em que tudo é saqueado, basta haver um acidente em qualquer lugar. Eles pagavam pelo jornal que iam ler! As caminhonetes, os caminhões, ficaram cheios daquele troco que remunerava a UH pelo seu trabalho.

Não vi nenhum destaque hoje nos jornais sobre o suicídio, como se eles tivessem enfim conseguido erradicar a existência, a presença, o legado do grande presidente. Vejam na foto acima Getúlio em visita a um orfanato em Petrópolis: o semblante claro, franco, aberto, rodeado de crianças naqueles idos do Brasil soberano. Vejam o rosto dessas crianças. Existia pobreza, existia dor naquela época, claro, existiam famílias destroçadas, mas não havia o estímulo ao crime contra a infância, não havia o abandono criminoso, como ocorre hoje.

Getúlio não tinha cara de mau, não fazia cara de mau. Foi o estadista que inaugurou o riso em público no Brasil. Ao contrário dos psicopatas da República Velha que o antecederam, todos de rosto cavernoso, e de alguns bandidos que o sucederam, os de riso maroto como JK, os de caratonha fechada como Médici, os de olhar rútilo dos dementes como Collor, os de expressão que mistura bonomia com esperteza, como Lula, os caras de múmia como FHC e Sarney, Getúlio era uma pessoa inteira, íntegra, solar. Desde sua infância, cultivou uma vida pessoal reservada e assumia, nas amizades e na política, uma postura séria, conseqüente. A alegria vinha de sua concentração e grandeza.

Por que o forçaram ao suicídio? Porque inventaram uma atentado contra um jovem major da Aeronáutica, que fazia a segurança do vilão Carlos Lacerda (toc toc toc), conhecido como o Corvo, que liderava a campanha difamatória. Envolveram o presidente nesse embrulho e o forçaram a renunciar. Getúlio, ao dar um tiro no coração, puxou a toalha na hora em que se sentavam para o banquete do poder. Mas o motivo principal foi a intervenção de Vargas contra a espoliação do Brasil pelo capital estrangeiro e a criação da Petrobrás. Sim a Petrobrás, que hoje aparece nas propagandas como uma das maiores empresas do mundo. Só que agora ela não é mais brasileira. Agora está nos conformes.

Destaco, do livro de Luthero Vargas, um dos filhos de GV, autor de Getúlio Vargas, a Revolução Inacabada, publicado em 1988, a denúncia sobre as perdas internacionais, feita pelo próprio GV em 31 de dezembro de 1951. O presidente se refere à artimanha que solapou as boas intenções do decreto do presidente Dutra, que o antecedeu, de 1946, que assegurava "aos capitais estrangeiros aplicados no Brasil o direito de retorno ao seu país de origem, mas na proporção máxima de 20% ao ano”. Ao mesmo tempo, diz GV, no mesmo ano foi feito um regulamento, baixado pela Carteira de Câmbio do Banco do Brasil (e mais tarde completado por vários aditivos), onde se permitiu que os juros, dividendos, lucros do capital estrangeiro que ultrapassasem os 8% previstos em lei eram também considerados como capital estrangeiro.

Essa artimanha permitiu que em cinco anos tenha sido subtraída “da economia brasileira uma soma fabulosa, quase equivalente ao papel moeda circulante no país e que foi escandalosamente incorporado ao capital estrangeiro”. Isso sabotou o espírito e o texto “do decreto-lei, inaugurando na surdina e sem que ninguém se desse conta”, um grande e extorsivo “sistema de vazamento do fruto do trabalho de milhões de brasileiros.” Em 1952, em função desse escândalo, Getúlio Vargas fez o decreto limitando em 10% as remessas de lucros para o Exterior. Foi o estopim. Estava a armada a conspiração.

Décadas mais tarde, quando Brizola falava em perdas internacionais, todos riam. Tinham esquecido as origens desse crime. Já vivíamos então em pleno Brasil sem soberania. Ficamos acostumados ao roubo do nosso trabalho. O país não vai para frente. Claro, é tudo levado para fora, com a conivência geral. É por isso que esquecer o suicídio é crime.

Getúlio Vargas, presidente do Brasil Soberano, presente.
Fonte:http://outubro.blogspot.com/

Folhas secas



Amanheço...
Folhas secas caíram dos meus galhos...
No meu chão: Frondosa desilusão espalhada
Num corredor de sentimentos...

domingo, 23 de agosto de 2009

Amor antigo



Um amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige, nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.


Carlos Drummond de Andrade (Amar se aprende amando)


Há muita coisa que o tempo não pode apagar...

Teu Amor


Belo como o desabrochar de uma rosa
O teu amor por mim me faz cada vez melhor
Sou sol .. sou a noite.. sou a natureza
Quanto mais amor recebo mas devolvo em carinhos
Meu prazer é ter você sempre ao meu lado
Vivo um sonho real que é viver com você
Meu amor , meu amigo , meu companheiro
Serei sempre o teu reflexo amor e ternura
Me pego sorrindo sozinha tamanha é a felicidade
Teu amor é fonte de energia
Teu coração é minha moradia

sábado, 22 de agosto de 2009



Eu sabia que um dia ela viria,
Íntima de mim a cada instante,
Embora oculta em todas minhas mortes.
O silêncio outra vez presente.
Tentei falar mas não consegui.
Dos meus olhos tão perto,
Tão distante do coração
Não sei onde ficas
Viajando por entre a solidão.
Não mais juntos:
Mas em paralelo,
Tão substancialmente sós na apertada solidão,
Que nesse silêncio se escuta a respiração de Deus.
Na nossa rota não há dois astros
Apenas nós e a cósmica solidão
Do nosso próprio infinito...

Sônia Schmorantz

Um sorriso em minha vida


Chega em silêncio com um sorriso,
e o sol se apressa a ver
Es a mais bela visão do paraíso,
que está a me envolver

Sorriso que mudou meu mundo,
encantou o meu olhar
Doce amor que bem no fundo,
minha alma vem beijar!

Teu cheiro me encanta,
quando abres teu sorriso.
Meu coração acalanta,
de um modo bem preciso.

Você é o meu presente,
motivo deste sorriso.
Estrela que adoravelmente
ilumina... Um caminho conciso!

Teu sorriso vê a vida,
de maneira estonteante
És a jóia mais polida,
brilha mais que diamante.

Hoje aqui sem teu sorriso,
que irradia e contagia
Me acalento e eternizo...
A sublime nostalgia!

por Meire Jorge

VIA LÁCTEA




Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto,
E abro as janelas, pálido de espanto...


E conversamos toda a noite enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E ao vir do Sol, saudoso e em pranto
Inda as procuro pelo céu deserto.


Direis agora: "Tresloucado-amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Têm o que dizem, quando estão contigo?"


E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."


Olavo Bilac

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

No entrelaço do teu abraço




Teu amor
maior amor!
Meus defeitos?
tu nem notas...
meus valores?
tu aumentas...
Teu abraço
é entrelaço,
aconchego,
vale a vida!!
Ameniza dores
eterniza o tempo
A magia que tu és...
funde energias
acalma coração!
Do teu abraço
laço de paz,
silêncio que diz tudo...
Olhar que me reprova mudo...
ao mesmo tempo diz: estou contigo!
Presença em todos os momentos...
Presente, mesmo ausente...
Teu segredo, eu conheço,
por achares que apenas eu mereço...

por Meire Jorge

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A Arte de Ser Feliz



Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.

Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio,
ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem,
para as gotas de água que caíam de seus dedos magros
e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como reflectidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Às vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela,
uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente,
que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Cecília Meireles

domingo, 16 de agosto de 2009



Eu estou condenado a ser livre.
Condenado, pois não me criei a mim mesmo e livre,
pois uma vez lançado ao mundo sou responsável por tudo o que fizer..


.J.P.Sartre.



Pés para que os quero
Se tenho asas para voar

Frida Khalo

Pelo Amor valerá

sexta-feira, 14 de agosto de 2009



As minhas lágrimas
não apagam esse fogo
que arde em meu coração
e incendeia meu corpo.
O que me refresca como brisa
é a saliva do teu beijo,
é o vinho do teu Amor.

ZENN BELL


"...E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros...
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

Miguel Tavares

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Saudade de você



Ando pela praia,
sozinha...
Trilhas pelos morros,
sozinha...
Maravilhada ao por do sol,
sozinha...
Festa com amigos,
sozinha...
Jantar a luz de velas,
sozinha...
Deitada na cama,
sozinha...
Sonhos nas noites frias,
sozinha...
Sozinha me sinto!
No espelho apenas
reflexo próprio...
sozinha...saudade...
A saudade de você,
me faz sentir assim...
Sozinha.

por Meire Jorge

Permanência




Tua essência ainda permanece em mim,
impregnada em minha alma
aqui onde estou e em cada linha que escrevo
em cada nota musical que ouço.

Tudo está tão vivo dentro de mim
meus pensamentos continuam na pluralidade
de nós dois, no que queríamos ser... Fazer...
dos sonhos que imploram não serem acordados.

Meus olhos ainda te buscam na noite infinda
minhas mãos tateiam o escuro da noite
na ânsia louca de te encontrar
e te amar sem medo, sem receio e sem segredo

Para novamente sentir o seu corpo desejoso do meu
nossas bocas ávidas percorrendo tecidos sensíveis
sussurrando palavras sem nexo a procura de sexo
incendiando nossas fantasias... mais íntimas

Uma vontade de realinhar o horizonte na perspectiva
refazer tudo, começar de novo, viver intensamente
esse amor que me faz bem, me faz sentir melhor
me faz flutuar e traz paz ao meu coração.

Rosane Silveira e Ricardo G. Denunes

quarta-feira, 12 de agosto de 2009



Ama- se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera."

Arnaldo Jabor

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Coisas que a vida ensina depois dos 40




Amor não se implora, não se pede não se espera...
Amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil.
Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados,
mandados à terra por Deus para
mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz,
não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você,
vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar, não faz de ninguém um tolo.
Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças
a cerca de suas ações.
Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas,
chaves que abrem portas para uma vida melhor.
O amor... Ah, o amor...
O amor quebra barreiras, une facções,
destrói preconceitos,
cura doenças...
Não há vida decente sem amor!
E é certo, quem ama, é muito amado.
E vive a vida mais alegremente...

© Artur da Távola

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Espero por ti



Esperei por você
No luar e no entardecer
Na felicidade e na dor
Na beleza da leveza do amor
Espero por você
Em todos os meus sonhos
Em todos os momentos
Em cada pensamento
Esperarei por você
Por toda eternidade
Em cada minuto de saudade
Em cada verso que escrever
Ao sol do entardecer
À noite ao padecer
Por seus beijos enlouquecer
Por meu amor a desejar você
Por minha vida a te querer
Aos braços teus adormecer
Espero
Por você

por EDUARDO POISL

domingo, 9 de agosto de 2009




Para cada um de nós há imensas coisas boas na vida.
Diferem consoante a forma de encarar as mesmas,
e a forma como as valorizamos.
Para uns, as coisas boas da vida,
se resumem aos seus "próprios umbigos"
não enxergam um palmo
na frente do nariz!!!

País dos Pais



Não sou pentacampeão. Nunca fiz gols
Não sou verde-amarelo do lápis de cor
Nem gaivota de praia ou águia de Haia

Não sou patriota de duas bandeiras
Uma no escanteio, uma na grande área
Não troco de camisa na segunda vaia

Eu sou o país presente dos meus pais
Território sem fim, mar longe do cais
Paredão da serra em direção ao céu

Sou ruínas e glória, o grito e o sol
Chão podre de sombra, cachoeira de ar
Respiro História como um rastreador

Tome distância quando me vir passar
Preciso de espaço para meu embornal
Com verbos vivos a incendiar jazigos

Marcho na avenida, tenho cinco anos,
quem vai tremer diante da criança?
O tempo perfeito de compor canções

O segredo do pé repercute como ferro
Nos remos firmes em forma de braços
Faço gestos duros de trigo e sentinela

Cidadão sem brilho, sou o livre arbítrio
Escolhi o Brasil, nome de um destino
Distribuí rações para corações de vidro

Bato na madrugada, sílabas ressuscitam
Os sonhos se levantam como barricadas
Somos esse país que, teimoso, canto

por Nei Duclós

sábado, 8 de agosto de 2009

Poder de crer



Então eu estou aqui
E você também
Me permita ser o teu espelho esta noite
E cantar em mim o teu encanto
Tua estranheza e teu espanto
Como quem sabe no fundo
Que não há distância neste mundo
Pois somos uma só alma
Me permita ser esta noite
A voz que te canta e te encanta
Que te faz sentir-se e parar
Como quem volta pra casa e
resolve amar
Somos livres e não possuímos
as pessoas
Temos apenas o amor por elas
e nada mais
E é preciso ter coragem para
ser o que somos,
sustentar uma chama no corpo sem deixar
a luz se apagar
É preciso recomeçar no caminho
que vai para dentro
vencendo o medo imaginado
assegurar-se no inesperado
confiando no invisível
desprezando o perecível
na busca de nós mesmos.
Ser o capitão da nossa nau e
no mais terrível vendaval,
na conquista de um novo mundo
mergulhar bem fundo
para encontrar nosso ser real
E entender que...
Que cada drama é só o nosso
modo de ver
A vida só está nos mostrando
Aquilo que nós mesmos criamos
com nosso poder de crer!!!

Flávio Gasparetto

Um grande amor



Espero por ti...
para te amar
mesmo sem saber,
se é possível
te encontrar
Dia a dia vazio
sem você...
Tanta solidão,
solidão... pra que?
Dor imensa
invade o peito!
Uma loucura..
triste procura
mais que ilusão,
não te encontro não.
De onde está
sei que escuta
a voz presa
na garganta
Um grande amor
será que é assim?
um dia começa
no outro tem fim?
Ou será que é só um tempo
que terei que esperar...
pra logo te encontrar?


por Meire Jorge

Procura-se




Procuro um poeta,
que ainda possa sonhar
que ocupe minha mente
e venha meu sono visitar!

Que tenha a alma despida,
de orgulho e amarguras.
e nas lágrimas sentidas,
encharque –me com doçuras.

Procuro um poeta
alma repleta de sinceridade,
que não passe como um cometa
e me deixe na saudade

Que seja ardente e terno,
tenha um lindo coração
me jure amor eterno
e me faça... sua canção.

Procuro um poeta
a quem eu possa inspirar
seja eu sua Julieta
por quem viva a suspirar

Que goste de andar na praia
sentar na areia beira mar
que como imã atraia
as noites do meu olhar

Que venha nas asas do vento,
que saiba suavemente voar
e diante da esperança perdida
saiba de amor falar!

por Meire Jorge

sexta-feira, 7 de agosto de 2009



Hoje não entendo porque
as coisas não são como deveriam ser
E a cada instante cada momento
tanto sofrimento....


Eu vasculhei o mundo tentando encontrar você
Percorri céus e mares e nada de te ver
Um dia encontrei alguém que me disse
- é impossível encontrar o que nao existe

Resolvi então criar um ser
Que seria o mesmo que você
nao sei o que pensar
nem o que falar
mas...

... não foi dessa vez
Quem sabe na próxima
ou na outra talvez
o segredo é seguir
...deixar como esta!

só agora percebo
o quanto eu sonhei !

IMAGEM




Meu coração tombou na vida
tal qual uma estrela ferida
pela flecha de um caçador.

Meu coração, feito de chama,
em lugar de amor, derrama
um longo rio de sangue.

Os caminhos do mundo, agora,
ficam semeados de aurora,
não sei o que germinarão.

Não sei que dias singulares
cobrirão as terras e os mares,
nascidos do meu coração.



Cecília Meireles

quinta-feira, 6 de agosto de 2009




...há que desapegar de ti
pra encontrar-te em outro alguem!

...há que desaprender a ouvir
para povoar minhas horas dos silêncios
entre tuas palavras,
da cor única
da tua voz!

FRESTA




Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,

Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou soterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado,
Revivo, existo, conheço;
E, inda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quis nem pedi:
Entreguei-lhe o coração.

Fernando Pessoa

MODINHA




Tuas palavras antigas
deixei-as todas, deixei-as,
junto com as minhas cantigas,
desenhadas nas areias.

Tantos sóis e tantas luas
brilharam sobre essas linhas,
das cantigas — que eram tuas —
das palavras — que eram minhas!

O mar, de língua sonora,
sabe o presente e o passado.
Canta o que é meu, vai-se embora:
que o resto é pouco e apagado.


Cecília Meireles

Dor de Amor



...Dói demais te amar assim!
Ter o mundo e não poder te dar.
Por que tem que ser assim?
Ver os sonhos se perderem no ar!

Últimas as trilhas com raro brilho



sendo último
ultimas sendas
caminhos novos
retrilhado brilho
recomeçando
recordas e andas

Adroaldo Bauer

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Receita Explosiva




Toda mágoa sentida
e a solidão em rodelas
Entranhada de energia negativa
vão para o fundo da panela!
Regue com a desilusão,
que deixaram os sonhos no chão...
Condenadas palavras de agressividade,
darão sabor à saudade!
Nessa panela de pressão,
não poderá faltar
atitudes de proteção.
Feche tudo de modo perfeito,
com muita dor no peito...
Põe sobre a chama
que inflama
e afoga o coração
no elevar da ebulição.
No sobe e desce
da temperatura,
a válvula entorpece
e a gente jamais esquece...
contração...elevação...pressão!
Bummmmm seguida da explosão
Pedaços de mim,
espalham-se pelo chão...

por Meire Jorge

domingo, 2 de agosto de 2009




Não consigo acompanhar os passos teus....
Quem sabe se desistindo de minhas miudezas, alcançar-te-ei em tuas planícies...!!!

por Meire Jorge

Ausências



A Lua aqui não brilha
estrelas escondidas
Ausências sentidas
Perdi os braços num
Abraço oco
Boca amordaçada
Gritei rouca
Meu peito calou-se...
congelou-se!

por Meire Jorge

sábado, 1 de agosto de 2009

Poema liquidificador



Desculpe
minha discrepância,
minha intolerância,
minha ignorância;
inconstância, ânsia,
insegurança "inbonança"
esperança de uma pança que só cansa
quando a anta que sou eu,
num espírito de louva-a-deus,
que deu, que não deu,
que feliz porque comeu,
que correu,
que ensinou e aprendeu,
que esperou e aconteceu
e num inverso de um breu
esqueceu-se
de pensar no seu
ipsis litteris eu,
tu,
você,
tatu,
numa tarde corpo nu,
haste de corpo vestido,
ido-voltado,ido-voltado,ido-voltado
cansado, copulado, arrepiado,
saciado por ter gozado,
não ter compartilhado
do tremor dos ossos,
do terremoto,
do "corpomoto",
do "camamoto",
do ajinomoto
do remorso,
do ócio que "arreta",
da tarefa que não cessa,
da escrita rápida e com pressa,
do suor à beça,
dos beijos que estressa,
da festa que bem me quer ou mal me queira,
da frenética noite antes de Feira,
da preocupação em casa sem eira nem beira,
da almejada saída da Ribeira,
do vai-e-vem inesquecível da sua cadeira,
da total perda de estribeira da minha parte,
da minha falta de arte,
Vênus em conflito com Marte pela falta de Plutão
Antes Vygots...ky Descarte,
o artefato estandarte pela falta de programação,
as características únicas da abstração,
a capacidade "large" de imaginar a ação,
reação e reflexão que ainda não aconteceram nem acontecerão
se não houver mediação entre a razão e a emoção.
E se não entendeu, eis um convite para a minha correção

por Rafael do Prazeres
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