domingo, 21 de fevereiro de 2010

Avesso


Um mundo do avesso!
Sol ardendo  lá fora,
o que era sólido se desmanchou no ar...
joelhos outrora machucados, cicatrizados estão
coração quebrado, colado em vão,
redemoinho de contradições
ambiguidade e angustia
transitoriedade, insegurança
realidade, ilusões...
Forças nascerão ao luar
é hora de reinventar e acreditar...
Ah!!!  não fossem os desafios...
como poderia enfrentar esse avesso
de fio a pavio?
Resistirei, mesmo de pernas para  o ar
esse mundo há voltar no lugar.
Abrirei minhas asas e ao voar
 cada pedaço desse vazio
completar-se-á, preenchendo devagarinho
qual um pássaro faz seu ninho...
Meire Jorge

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